sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Trabalhos desenvolvidos nas escolas são destaque na Feicipa

Beneficiar centenas de famílias que vivem da pesca e de quebra valorizar a preservação do camarão no município de Abaetetuba. Este é o Projeto “Matapí Ecológico”, elaborado pela estudante Regiane Araújo da escola Cristo Trabalhador, que está sendo um dos destaques, entre os 120 trabalhos de escolas estaduais, apresentados na III Feira de Ciência e Tecnologia do Pará (Feicipa), que acontece até hoje, 20, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

Este trabalho inédito é fruto da sensibilidade do povo que vive da pesca na região das ilhas no município. O projeto consiste na captação e comercialização sustentável do camarão, no rio Tauerá do Beja. Regiane mostra com orgulho o trabalho que certamente mudará o modo de vida das pessoas que tiram o sustento da pesca, como a sua família. Ao contrário do matapi comum, que captura todos os tamanhos de camarão, o “Matapí Ecológico” tem um espaçamento de 0,7cm entre as hastes, possibilitando a captura somente dos mais “graúdos”.

Após 28 dias de pesquisas e experimentos com este novo artefato, Regiane e sua equipe constataram que o novo modelo dá mais lucro, pois proporciona a captura de camarões maiores, alem de permitir que os moluscos menores permaneçam no meio ambiente atá atingirem o tamanho ideal para pesca. Regiane falou orgulhosa do projeto e de sua experiência de vida “eu vivo na região das ilhas e meu pai comercializa camarões, a partir de então eu comecei a ver a realidade e o impacto que era causado a natureza. Se todos os tamanhos de camarões são capturados como eles poderiam terminar o ciclo da vida? Este projeto é uma forma simples de preservá-los, porém muito eficiente”, exaltou.

Outro trabalho de destaque é o que vem sendo desenvolvido na Escola estadual Palmira Gabriel. Os alunos e professores levaram para a exposição o próprio laboratório multidisciplinar e mostraram aos visitantes experiências no ramo da biologia. O objetivo é durante o evento mostrar as práticas do projeto “Experimentação”, criado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a Universidade Federal do Pará (Ufpa).

Segundo o coordenador do laboratório, Alex Corrêa, o intuito do projeto é tornar este espaço funcional nas escolas, para que os alunos possam praticar o aprendizado. “Temos muitos trabalhos de iniciação científica que incentiva o aluno a se alfabetizar, cientificamente falando. O foco central é usar a ciência como instrumento de produção deste conhecimento”, destacou.

Já a Escola Estadual Oliveira Brito, localizada no município de Capanema, veio com o tema: “Reciclagem de sólidos e arte”, apresentando um trabalho que mostra como é possível reciclar madeiras sem ter gastos e ainda obter lucros. O foco é a reutilização da madeira, que é descartada por oficinas de móveis e madeireiras, que muitas vezes são queimadas causando ainda mais danos ao meio ambiente.

Segundo a estudante Renata Cristina, do segundo ano do ensino médio, que desenvolve o trabalho artístico com os pedaços de madeira, o material coletado é levado para a oficina da escola e lá, são transformados em  gravuras de artistas famosos e esculturas. “Com este material visamos melhorar a questão educativa e sustentável, pois o custo é muito baixo, se gasta muito pouco, não precisa de capital, somente vontade e criatividade”, destacou.

Texto: Murilo Moura
Fotos: Adauto Rodrigues

2 comentários:

  1. Bom dia Murilo!!!
    Muito bom o Projeto.
    Coisa simples q vai ajudar muito a produção sustentável de pescados. Fazendo uma correção: o camarão é um crustáceo e não um molusco.

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  2. Ótimo Projeto, e uma idéia boa para outros pescadores, desta forma de pescar camarões com tamanho ideal para o consumo, pois aproveitam só os que adultos e se dispensam os pequenos.

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