quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Gentileza gera gentileza" na escola Brigadeiro Fontenelle

“A gentileza é o lado mais áspero da lixa. As grandes oportunidades de nossa vida são geradas por uma coisa sem despesa: A gentileza”. Foi com frases como esta, que alunos, pais e professores foram recebidos no lançamento do Projeto ”Gentileza gera gentileza”, desenvolvido pela comunidade da escola Brigadeiro Fontenelle, no bairro da Terra Firme. A programação do projeto se estendeu por todo o dia, nesta terça-feira, 26, e contou com a participação de toda comunidade escolar.

A iniciativa de realizar este projeto inédito no Norte do país, partiu de um grupo de professores da escola, que perceberam a necessidade de dar atenção a alguns problemas de convívio entre os alunos. O grupo se inspirou nos conceitos de José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza, que foi o mentor do projeto no Rio de Janeiro.

O projeto consiste em conscientizar os alunos a praticar ações de boas maneiras, trabalhar temáticas de educação e gentileza, tolerância, amor e companheirismo dentro do ambiente escolar. José Datrino em seu projeto distribuía flores para as pessoas nas ruas, assim foi feito, ontem dentro da escola Brigadeiro Fontenelle, onde todos os convidados foram recebidos com uma flor pelos professores e alunos.

Segundo a diretora da escola, Odilene Santos, todos os 2.572 alunos estavam envolvidos na iniciativa, sendo que desse total, 38 são da educação especial. “Nossa programação ultrapassou todas as expectativas”, afirmou Odilene. A programação de lançamento envolveu mostras de vídeos, leituras, apresentações como danças e peças teatrais.

Ela destacou, ainda, a importância da repercussão positiva que teve o projeto. “Ano passado nossa escola vivia na mídia, mas pelo lado negativo, como violência, falta de infra-estrutura. Hoje, a realidade é outra, inclusive, estamos inaugurando o novo sistema de água para os alunos e isso é uma grande conquista”, revelou.

Ana Cristina, 14 anos, é aluna da 6° série do ensino fundamental e se diz satisfeita com o projeto. “Aprendi o tanto que a violência não é boa no ambiente escolar. Com este projeto, que já vinha sido discutido antes deste evento, já podemos perceber uma diferença, não existe mais violência aqui dentro. Hoje eu apresentei uma dança que mostra o ato de José Datrino de entregar flores para as pessoas, e só assim, descobrimos como gentileza gera gentileza”, destacou.


A partir do lançamento do projeto, toda semana, os temas referente a gentileza, serão trabalhados no espaço recreativo da escola, onde cada professor vai dedicar um pouco do seu tempo para realizar atividades entre os alunos, que estimulem as práticas de boas maneiras, objetivando a reeducação e diminuição os conflitos no ambiente escolar.


Texto: Murilo Moura

Fotos: Adauto Rodrigues

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A ESCOLA QUE A IMPRENSA NÃO VÊ!

O que a escola pública está produzindo intramuros, além das manchetes negativas que parte da mídia insiste em publicar de olho no sensacionalismo?
A Secretaria de Educação do Pará se viu “obrigada” a promover uma mostra de
talentos para que o lado A das escolas também tivesse visibilidade na grande
mídia. Para além disso, que a sociedade conhecesse de perto esta escola que
cria, produz e emana sentimentos expressos por meio da arte, do esporte e do
lazer. Foi assim durante os dois dias, 20 e 21, no Hangar-Centro de
Convenções da Amazônia, invadido por milhares de alunos, que não se
intimidaram ao subir nos dois palcos armados do espaço da feira para mostrar
a beleza de centenas de projetos culturais e esportivos que até aqui, só
eram conhecidos em suas comunidades.

A sensibilidade de cada gesto, cada passo de dança, cada toque de
instrumento, ensaiados de forma incansável revelou aos que compareceram ao
evento, mais que uma simples mostra de talentos. Revelou uma escola pública
extremamente criativa, mas sem espaço, escondida entre seus muros. O eco
dessa nova escola - onde aprender significa também ter oportunidade para
dançar, cantar, correr e ser feliz- deixou um gosto de “quero mais” dentre
aqueles que contribuíram de alguma forma para o evento acontecesse.

O objetivo era mostrar os talentos que estão construindo essa nova escola
pública, que estão levando o nome do Pará para outras paragens; que estão
tomando para si, o papel de reconstrução da imagem dessa escola, seja por
meio de premiação pontual, seja por meio da conquista local ou do
reconhecimento nacional. E tudo isso só foi possível, porque sabemos que o
sonho ainda não acabou. Que ainda existem pessoas que se emocionam e
valorizam o espaço escolar, como o lugar dos que pensam, sentem e se
desenvolvem na perspectiva de um mundo melhor. E que semeadores de bondade
ainda são uma realidade neste mundo de céticos e incrédulos.

O professor Luis Cavalcante tem sido um desses semeadores e, por sua imensa
sensibilidade tem permitido que as escolas possam fluir de forma espontânea
e natural; que possam produzir com criatividade e mostrar com toda a
dignidade o que têm feito em seus quadrados. Parabéns professor Cavalcante!

Essa ação tem a sua cara!

Parabéns gestores, professores e alunos que estão construindo essa nova
escola pública, a despeito da mídia que insiste em não enxergar.

Por Tereza Vasconcelos

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mostra de talentos da escola pública reune milhares de estudantes

“É como uma grande confraternização” estas foram as palavras da jovem Kelly Oliveira, estudante da 8° série da escola Domingos Acatauassú Nunes, ao se referir a Mostra de escola pública de talentos, que na tarde do primeiro dia do evento atraiu milhares de estudantes das escolas públicas de Belém e do interior do estado, nesta quarta feira, 20, no Hangar centro de convenções da Amazônia.


Um dos destaques da mostra foi o estande do Núcleo de Esporte e Lazer(NEL), que apresentou importantes projetos para o desenvolvimento do esporte paraense. Josiléia Maués, representante do “Programa de redução piscomotora” mostrou uma importante ferramenta que pode auxiliar na saúde e preparo dos futuros atletas. O projeto consiste em um aparelho, chamado pico de fluxo, onde o aluno sopra para medir a capacidade da respiração, sendo que existe uma tabela que avalia o resultado do sopro relacionado com peso e altura do aluno. Dependendo do resultado este jovem pode ser encaminhado a tratamentos auxiliares de problemas que possivelmente possam ser identificados com a ajuda deste aparelho, como Asma, problemas de colunas entre outras necessidades. Segundo a representante este procedimento deve ser aplicado antes e depois de atividades físicas “fazemos este procedimento antes e depois das atividades para acompanhar a evolução do jovem e para identificar previamente algum problema” disse.

Também no estande estava sendo mostrado o programa poliesportivo, que segundo a coordenadora, Telma Bezerra, envolve toda a comunidade “este projeto visa reunir a comunidade que mora nas proximidades de clubes parceiros do NEL, que não tem condições de freqüentá-los e nem de praticar atividades esportivas, e oferecer serviços de modalidades esportivas” disse. Ela cita o clube Casota como exemplo deste projeto, onde a comunidade que mora ao redor do clube pode se inscrever para participar diversas modalidades esportivas como Musculação, natação, futebol entre outros.

Telma também destacou o projeto das paraolimpíadas escolares, que reúne alunos das escolas públicas do Pará, que são destaques no cenário nacional. De acordo com a coordenadora o projeto já acumula 18 medalhas de ouro, 21 de prata e 18 de bronze “de todos os estados da região norte e nordeste o Pará foi o melhor colocado com estes resultados” Constatou Telma.

Uma novidade que Telma faz questão de enfatizar é a modalidade de Goalball, que é uma modalidade exclusiva para deficientes visuais, que hoje vem sendo representada por três alunos da escola Álvares de Azevedo. Nesta nova modalidade as grandes revelações foram os alunos Jéssica e Leandro, na categoria masculina nacional. Em neste ano a equipe paraense venceu a de Minas Gerais, perdendo apenas para Brasília, que tem dois atletas da seleção brasileira de goalball “o Pará vem ganhando destaque e vem tendo uma ascensão muito grande no cenário esportivo” completou.

O professor Michel Peter, destacou o projeto de inclusão do Xadrez nas escolas, onde a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) em parceria com o Ministério dos Esportes e da Educação iniciaram em 2004 esta inclusão nas escolas, que vem tomando força a cada ano. O objetivo deste projeto é democratizar o acesso dos alunos da escola pública ao xadrez. Michel que este projeto já vem sendo aplicado a muito tempo nas escolas de países desenvolvidos e vem dando certo “ Na França este projeto foi incluído a mais de 40 anos levando desenvolvimento para sala de aula” informou.

Michel fez referencia a única escola do estado do Pará, que possui uma sala especial para a prática de xadrez, que é a escola Souza Franco “estas medicas só vão melhorar a qualidade do aluno e é isso que eu pretendo” completou.

No estande da USE 9, estava a escola Santo Agostinho, que trouxe obras de arte produzidas na escola a partir do projeto escola de portas abertas. Segundo Celiane Dias, técnica pedagógica “A escola abre aos sábados para receber a comunidade, que podem fazer cursos de arte, pintura entre outros” disse. Para a mostra foram disponibilizadas as obras feitas pela comunidade que consiste em quadros e esculturas feitas a partir de pedaços de vidros e azulejos “com esta medida, estamos incentivando a reciclagem de materiais que seriam jogados na natureza” revelou Celiane.

Culminante aos projetos que se apresentavam no salão principal do Hangar, na sala 7 do mezanino acontecia uma mostra de cinema, onde foi apresentado um documentário sobre o Carimbó como patrimônio cultural brasileiro. O projeto é uma iniciativa da SEDUC em parceria com a Inovacine, que é um cineclube e a Paracine, que é a Federação Paraense de cineclubista, criada em junho deste ano. Os vídeos apresentados, além do Carimbó são sempre com enfoques regionais. Sempre que os vídeos são finalizados, abre-se espaço para discussões a respeito do contexto apresentado no filme. Isaac é um dos coordenadores da campanha que torna o Carimbó patrimônio cultural. Após a exibição ele exaltou as diferentes formas do ritmo no Pará “ o carimbo de Belém é diferente do carimbo da região do Salgado, de Bragança e do Marajó. Cada região tem suas particularidades, letras e costumes” revelou.

Para a exibição uma platéia animada participava entusiasmadamente, se tratavam de cerca de 16 alunos da educação especial da escola Yolanda Martins. Segundo professora Elza Medeiros “o que mais anima os alunos é o ritmo, a música é muito bom para eles, que sempre mostraram interesse. Nada melhor como trabalhar a musica paraense para acrescentar no projeto pedagógico destes alunos” disse.

Curiosa, a aluna Kelly Oliveira da escola Domingos Acatauassú Nunes, se mostrou satisfeita com a iniciativa “estou aqui desde as 14h00 e estou adorando. Assim é possível conhecermos outros projetos desenvolvidos nas demais escolas e não ficar limitada a nossa escola apenas. Isso é bom para todos os alunos fazendo com que eles se interesse ainda mais pelos estudos e pela cultura. Eu particularmente gostei mais das apresentações de carimbo e de violonistas. Para mim está sendo como uma grande confraternização”



Murilo Moura

ASCOM/SEDUC