sábado, 19 de junho de 2010

Professores da rede estadual participam de Oficina

Murilo Moura

Professores de educação física da rede estadual de ensino participaram, nesta quinta feira, 17, da abertura da Semana Olímpica. O evento que aconteceu no Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), no Umarizal, teve a presença de profissionais de renome no cenário olímpico nacional. A Semana Olímpica é uma promoção da Seduc e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).


Além de Belém, a Semana Olímpica acontece em outras cinco cidades brasileiras: Natal, Palmas, Rio de Janeiro, Aracaju e São José do Rio Preto; e tem como objetivo integrar as comemorações pelo Dia Olímpico, que será realizado no próximo dia 23, quando se comemora o aniversário da fundação do Comitê Olímpico Internacional.

O evento, que vai até esta sexta feira, 18, prevê oficinas de orientação a professores da disciplina de educação física das escolas estaduais, que estão treinando alunos para participarem das olimpíadas escolares, que este ano acontecem no mês de Setembro, em Fortaleza(CE).

No primeiro dia de oficina a modalidade debatida foi o Voleibol e contou com a participação do Técnico da Seleção Brasileira Infanto- Juvenil Feminino, Antônio Rizola. Durante as palestras, o técnico debateu vários pontos da modalidade como falhas na execução do esporte, defesa e até mesmo o biótipo dos atletas.

Antônio, que veio pela primeira vez a Belém como palestrante, revelou pontos fortes a serem trabalhados. “Os técnicos que já trabalham com o vôlei já conhecem como funcionam, já os professores de Educação Física querem e precisam de um acréscimo de como aprimorar o trabalho com o jovem".

O técnico ainda ressaltou a satisfação em mostrar ao público paraense a importância deste trabalho". Fiquei muito satisfeito com a receptividade e interação dos participantes, pois apesar do conteúdo ser grande e o tempo curto consegui adaptar e passar minha visão e minha metodologia com o jovem. Eu não vim citar regras e sim apresentar a metodologia do meu trabalho que uso nos clubes por onde ando" completou.

Para o primeiro dia de oficina, cerca de 50 professores de quatro municípios do interior do Estado (Breves, Castanhal, Igarapé Miri e Moju) estiveram presentes, além da Região Metropolitana de Belém (RMB).

De acordo com a representante do COB, Valesca Araújo, este é o 11° ano que a Semana Olímpica acontece no Pará, objetivando a formação de atletas para competições profissionais. “A semana olímpica vem para divulgar o olimpismo entre os jovens, pois eles serão os atletas de amanhã, hoje falamos sobre Voleibol, mas nossa função é trabalhar todas as modalidades olímpicas possíveis", disse.

Uma das organizadoras do evento, Ângela Amaral, lembrou da importância do trabalho de base que é realizado nas escolas públicas, além das dificuldades de se formar um atleta. “O trabalho de base geralmente acontece na rede estadual. Este trabalho é complexo, mas vale a pena, pois a iniciação do futuro atleta é a partir da disciplina de educação física”, lembrou.

O professor de educação física e árbitro de vôlei, Rui Castro, citou um grande exemplo de reconhecimento dos atletas que saíram da rede estadual, “graças ao nosso trabalho, Renato Araújo, antigo aluno do Colégio Cordeiro de Farias, já recebeu vário prêmios e troféus e no final do ano de 2009, foi contratado por um clube de Minas Gerais”, afirmou.

Rui também lembrou das dificuldades que o Pará tem por causa do difícil acesso e da importância do trabalho de educação física nas escolas públicas e particulares. “Apesar das dificuldades geográficas que enfrentamos, por estarmos longe do sudeste, onde acontecem os grandes eventos esportivos, o Pará tem se destacado neste cenário. O trabalho com o vôlei tem grande importância, pois ele socializa o jovem evitando que ele tome outros caminhos, hoje em dia temos escolas que só querem que o aluno passe no vestibular, deixando completamente de lado a questão esportiva que é fundamental” Lembrou.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Lideranças indígenas debatem regularização fundiária

Murilo Moura

Lideranças indígenas de várias etnias como os Tembés, Caxiuanã, Waiwai, Mundurucus, entre outras, participaram, no salão Royal do Gold Mar Hotel, do seminário: “Situação socioambiental das terras indígenas do Pará”, para discutir propostas de programas que estão sendo desenvolvidos pelo governo federal, em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), voltados à questão da gestão territorial ambiental e a regularização fundiária em terras indígenas.

Durante o seminário, o Secretário de Educação do Estado, professor Luís Cavalcante, compareceu ao evento para aproveitar a oportunidade de conhecer as principais lideranças indígenas do Estado. Na ocasião, o secretário se colocou à disposição dos indígenas para qualquer tipo de ações voltadas à educação indígena no Pará.

A coordenadora de educação indígena da Seduc, Puyr Tembé, também esteve no local e ressaltou as melhorias na educação indígena que o governo do Estado, por meio da Seduc, está implementando voltado à formação de qualidade para a comunidade indígena. De acordo com Puyr, além das 17 escolas indígenas que o governo do Estado vai construir, vale destacar o investimento que está sendo feito na formação de alunos e professores. “Estamos acompanhando a formação de 38 professores indígenas da tribo Kayapó na região de São Félix do Xingu”, disse.

Esta noticia pode ler lida no site da SEDUC, no link abaixo:


http://www.seduc.pa.gov.br/portal/index.php?action=Destaque.show&iddestaque=794&idareainteresse=1

terça-feira, 8 de junho de 2010

Escola da Rede representa o Pará em conferência nacional

Por Murilo Moura

A partir de um trabalho inédito realizado no Pará, a escola Estadual Dr. Carlos Guimarães coleciona méritos com o projeto que desenvolve. A escola é a única sustentável do Estado e com o feito foi convidada a representar o Pará na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Informação, realizada em Brasília de 26 a 28 de Maio deste ano.


A unidade de ensino fundamental Dr. Carlos Guimarães, que funciona no Bairro da Marambaia, em Belém, é considerada como pioneira ao desenvolver um trabalho de educação sustentável, que ultimamente, com apoio do Governo do Estado e em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), recebeu uma reforma completa para entrar em harmonia com o meio ambiente.

O trabalho sustentável que a escola desenvolve consiste em um sistema de aproveitamento de água da chuva utilizando um reservatório com capacidade para 4 mil litros. Para a diretora da Escola, Luiza Cristina Arruda, é significativa a economia que obtiveram. Além deste projeto de captação também é desenvolvido a coleta seletiva e o cultivo de Horta. Segundo Luiza, quase tudo pode-se aproveitar: “com a coleta seletiva, o único lixo que vai para o aterro sanitário do Aurá é só o lixo orgânico”, disse.

O trabalho da escola foi reconhecido durante o 4° CNCTI em Brasília, que teve como uma de suas atividades centrais a discussão e análise dos programas sustentáveis nas escolas públicas do Brasil. Através da divulgação da SEDUC, a organização do evento se interessou pelo projeto e resolveu mostrar na conferência que reuniu as cinco regiões do Brasil.

A escola Dr. Carlos Guimarães, que entre escolas e universidades do Brasil e do Mundo, representou o tema “Educação em Ciências: Experiências inovadoras”, foi a única escola pública do Pará e a única do Brasil a apresentar um projeto desta dimensão. Luiza Cristina lembra que no Brasil existem outras escolas que praticam este modelo de sustentabilidade, mas com a divulgação promovida pela Seduc foi possível este reconhecimento. “Foi uma honra, foi muito significativa a participação da escola em um evento deste. Com certeza, Brasil a fora deve existir escolas que desenvolvem este tipo de trabalho mas ficam no anonimato, no nosso caso, graças à divulgação da Seduc conseguimos chegar lá”.

Representante do MEC defende construção de mais escolas quilombolas

Por Murilo Moura

“Eu quero poder sair deste encontro com a certeza de que muitas melhorias virão” estas foram as palavras confiantes da professora quilombola Patricia Guimarães, presente no 1º Encontro Estadual de Educação Quilombola, que encerra nesta terça-feira, 08, no Prque dos Igarapés, no Coqueiro.


Durante a tarde desta segunda feira, (07), a plenária discutiu a implantação de novas políticas para as comunidades quilombolas do Pará. O encontro, tem como objetivo promover a integração das comunidades quilombolas do estado do Pará visando o fortalecimento da luta pela educação pública e de qualidade por meio de experiências educacionais que promovam a igualdade racial, com ênfase nas experiências de combate ao racismo e a discriminação no ambiente escolar e extra escolar, além de discutir assuntos como saúde, educação e segurança. Em sua defesa o professor Dr. da Universidade Federal do Pará, Ailton Silva, propôs a criação de uma ferramenta para a divulgação dos trabalhos que estão sendo feitos pelas comunidades. “Seria bom a criação de um site para que os trabalhos fossem apresentados, além de possibilitar o acesso dos quilombolas à ferramenta", disse.

Durante o debate o assessor especial de gabinete da Seduc, Wilson Barroso, defendeu a questão de que o governo está totalmente aberto para receber críticas e ideias referentes à política de educação quilombola. Para ele, “críticas devem ser aceitas, pois o fato de estar no governo não significa ser detentor de toda a verdade. Deve-se ouvir os movimentos sociais”, disse. Ele ainda lembrou que, a Seduc investiu na formação de centenas professores quilombolas ou que trabalham em escolas nos quilombos, nos últimos anos.

Para Amilton Barreto, coordenador da Educação para Igualdade Racial, da Seduc, apesar das várias políticas de implantação de qualidade na educação, "as comunidades quilombolas ainda precisam de uma atenção maior”, observou. Segundo informou a maioria das comunidades funcionam com infraestrutura inadequada, sem prédios e sem material didático adequado e até mesmo com carência de formação específica dos professores não quilombolas. Amilton destaca também que a Seduc “é pioneira na promoção de um evento desta dimensão, pois possibilita a discussão coletiva e a apresentação de resoluções de tais problemas”, disse. Para ele a SEDUC “sai na frente com este encontro pois acaba promovendo o fortalecimento e elevação do nível de qualidade do ensino”, destacou.

A coordenadora geral de Educação para a Diversidade do MEC, Leonor Araújo, debateu dois pontos importantes com a comunidade presente: um com relação à questão da distribuição do material didático, pois ainda existem algumas comunidades que deixam de receber. As pessoas tem que fiscalizar a distribuição deste material, tem que cobrar, pois para o Ministério da Educação é quase impossível checar se todas as comunidades receberam ou não”, constatou.

Outro ponto defendido por Leonor foi referente à construção de novas escolas, para atender todas as comunidades. Ela ressaltou que a carência deste tipo de escola causa um gasto maior para os governos e até mesmo a própria evasão. “Com mais escolas poderíamos evitar gastos com transportes, locomoção e assim, evitaríamos o trabalho desde cedo das crianças e adolescentes, que acabam saindo da escola, por ser longe”, avaliou.

Patrícia Guimarães é professora quilombola da escola São Pedro, no Quilombo Bom Jardim, no município de Santarém, no Baixo Amazonas. Ela conta que veio à capital somente para participar do encontro, pela importância e pelos benefícios que poderá levar à sua comunidade. “Estamos procurando melhorar sempre, mas precisamos de uma atenção maior na área de transporte e formação, pois muitas vezes nós mesmos temos que custear isso.” E completa: “quero sair daqui com a certeza de soluções concretas”.

Professora quilombola Patrícia Guimarães


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Escolas expõem produção em mostra cultural

Murilo Moura

Com o objetivo de divulgar as atividades realizadas nas escolas da sua jurisdição, a 17ª Unidade Seduc na Escola (USE) realiza no próximo dia 08, na praça da Bíblia da Cidade Nova, a primeira Mostra Cultural dos programas educacionais Mais Educação e Escola de Portas Abertas. O evento abrange 15 escolas de Ananindeua correspondente à unidade. Também estarão presentes na abertura do evento o Secretário de Estado de Educação, professor Luís Cavalcante e a diretora de Ensino, Diversidade, Inclusão e Cidadania (Dedic) da Seduc, Conceição Passos.

A mostra terá como tema a Educação Integral: Reconhecendo as múltiplas dimensões do ser humano. Baseado nisso, na ocasião serão apresentadas mais de 15 atividades entre danças, lutas, aeróbica, peças teatrais, entre outras atividades culturais.

As 15 escolas envolvidas no evento fazem parte dos programas Mais Educação e Escola de Portas Abertas. De Acordo com Keyline Helen, técnica pedagógica da USE 17, a organização do evento é uma proposta das escolas, diretores e coordenadores dos programas educacionais, dando oportunidade de mostrar as atividades realizadas na escola. “Os alunos irão se apresentar e colocar um pouco do que desenvolvem na escola. Cerca de 80% dos alunos que participam do programa irão integrar as atividades”, disse.

Ainda de acordo com Keyline, a mostra também é fruto de uma parceria com os monitores. “Por exemplo, na abertura do evento a banda da Guarda Municipal de Belém irá tocar o Hino Nacional, porque um dos monitores do programa faz parte da banda”, explicou.


SERVIÇO: A primeira Mostra Cultural dos Programas Educacionais da USE 17, acontece no dia 08 de Junho, na praça da Bíblia, na Cidade Nova II, a partir das 17h00.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Paralisação aumenta risco de evasão na Rede estadual

Murilo Moura e Mari Chiba

Uma das preocupações da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) com relação à paralisação de 40% das escolas da Rede, que completou nesta segunda-feira, (31), 16 dias é com o aumento da evasão que começa a atingir as escolas segundo os números apresentado pelos gestores das Unidades Seduc na Escola e Unidades Regionais de Ensino. Em reunião hoje, pela manhã, a gestora da 14ª USE, Maria de Belém falou que já recebeu mais de 20 pedidos de transferências nos últimos dias. Já o gestor da 8ª USE, Sérgio Monteiro informou que na escola estadual Hilda Vieira, "possivelmente cerca de 12 turmas terão que ser encerradas".

Um outra preocupação do secretário, professor Luis Cavalcante é com a reposição integral dos dias parados. Essa também tem sido a maior preocupação por parte dos alunos. Mesmo com 60% das escolas funcionando normalmente em todo o Estado, o atraso no calendário letivo deixou muitos estudantes com as atividades escolares interrompidas.

A proposta de reposição das aulas defendida pelo Sindicato- estendendo o horário em cada turno- não agrada nem aos profissionais de educação e nem aos alunos, pois segundo eles “este horário a mais na rotina diária, prejudicaria outras atividades”.

Na primeira greve que enfrentou a escola estadual Carlos Guimarães ficou apenas uma semana parada. De acordo com a diretora , Luiza Cristina, a reposição de aulas jamais deve se estender nos turnos, devido a realização de outras atividades. “Não dá pra aumentar o horário, pois o aluno da tarde que sai as 18h teria que sair no mínimo as 19h e pra muita gente isso fica inviável, pois tem gente que trabalha”, ponderou.

A escola teve suas atividades retomadas nesta segunda -feira, 31.Ainda de acordo com a diretora a questão da paralisação foi apresentada aos pais dos alunos, mas mesmo assim houve uma preocupação em relação a eles. “Aqui na Carlos Guimarães pensamos principalmente nos alunos; já o movimento não está pensando como vai ficar o ano letivo dos estudantes” explicou a diretora. Para ela, a melhor forma de repor as aulas seria “esticar” o calendário letivo em mais dez dias, pegando a primeira semana de julho”, defendeu.

Cristiano Alves, 17, estudante da quarta etapa do Projeto EJA (Educação de Jovens a adultos), participa de atividades esportivas durante a manhã, freqüenta a escola no turno na tarde e à noite trabalha como chapista. Ele também não concorda com a proposta de turno estendido, pois como trabalha de noite, não conseguiria chegar a tempo no local de trabalho. “ Eu saio da escola às 18h, tenho que ir em casa e depois estar às 19h no carro de lanche; se eu sair as 19h, não daria para conciliar e eu preciso trabalhar”, disse.

Já Vitor Luan, 17, também aluno da quarta etapa do EJA, sugere que as aulas sejam repostas aos sábados, pois como ele trabalha à noite como entregador de água e gás não conseguiria chegar a tempo no serviço.

Na escola Lauro Sodré a aluna Ingrid Oliveira, 15 anos, do 2º ano também é contra se estender os turnos de aula. “Acho que o pessoal da tarde não poderia ficar até mais tarde. Eu queria que voltassem logo as aulas porque a gente se atrapalha muito. No ano passado foi a mesma coisa”, reclama a aluna. Opinião compartilhada pela colega Beatriz Oliveira, 16 anos, 2º ano do Ensino Médio. “Eles fizeram greve no ano passado. Na reposição, as últimas matérias foram muito rápidas. Seria até bom se as aulas fossem repostas logo, mas a gente faz cursinho à tarde. Quando tiver a reposição, eu vou querer o conteúdo todo dessas disciplinas”, exigiu.

Na escola estadual Maroja Neto, no bairro da Pedreira, as aulas estão ocorrendo parcialmente, mas segundo o diretor, Adilson Cordeiro, a melhor solução para a reposição das aulas também seria estender o calendário letivo. “ Ano passado já tentamos fazer isso aos sábados, mas os alunos não vinham, então os professores sugeriram que virão trabalhar 10 dias de julho”, informou.

Para a professora Maria do Carmo Tocantins, que leciona na Escola Maroja Neto, a reposição é de extrema importância, pois a paralisação mexeu com o conteúdo dos alunos. “Acho extremamente necessário a reposição, pois a partir do momento em que há greve tem que se repor, pois o ensino fica defasado e os alunos não têm culpa de nada”, ressaltou. Maria lembra ainda que, com a extensão dos turno os maiores prejudicados serão os alunos do turno da noite. “Uma turma que sai as 22h30, teria que sair depois das 23h30 e não seria positivo pra eles, pois este horário já é perigoso estar nas ruas”.

A professora defende que os critérios para a reposição das aulas devem ser usados para todos os turnos. Ela garante que continua indo a escola não por ser contra as reivindicações, mas por uma questão de compromisso com os alunos. “ Eu estou vindo por uma questão de consciência, pois sabemos que com esta greve a evasão escolar aumenta; é impressionante a quantidade de alunos que abandonam a escola e não queremos isso, por este motivo estou vindo trabalhar normalmente” explicou.